Informativos

BIOPROS oferece disciplina BQI 370 sobre Fitomedicamentos durante o Período Especial de Outono 2020 da UFV

Os avanços científicos nas últimas décadas têm proporcionado grande volume de informações a respeito das plantas medicinais, dando suporte a utilização de uma Fitoterapia baseada em evidências científicas. A incorporação de novas técnicas analíticas no estudo de extratos vegetais permitiu conhecimento mais aprofundado sobre a composição química das plantas, que passaram a ser cultivadas dentro de parâmetros controlados. Na área biológica, várias pesquisas têm avaliado a segurança e eficácia de extratos vegetais. Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico possibilitou a produção de fitoterápicos empregando extratos padronizados, possibilitando maior benefício das propriedades terapêuticas das plantas. Tudo isto contribuiu para a construção de uma fitoterapia baseada em evidências científicas, resultando na expansão do consumo de fitoterápicos no atendimento primário à saúde em diversos países. Ao mesmo tempo, diretrizes da Organização Mundial de Saúde apontaram para, além da realização de pesquisas científicas, a necessidade de regulamentação das práticas terapêuticas empregadas na medicina popular. Este fato demandou ações dos países membros na publicação de políticas públicas voltadas para a inclusão da fitoterapia na atenção primária à saúde.

Em uma sociedade onde a velocidade de produção de informações remete a uma constante atualização das novidades científicas, tecnológicas e regulatórias, permanecer atualizado dentro de um campo do conhecimento consiste em grande desafio para qualquer profissional. No caso das plantas medicinais, os resultados das pesquisas são geralmente divulgados em teses acadêmicas e revistas científicas, nem sempre de fácil disponibilidade aos profissionais que estão diretamente em contado com a prática fitoterápica. Por outro lado, a legislação encontra-se difusa, publicada em portarias e resoluções do Diário Oficial, que constantemente são revogadas para seguir novas regras. Ciente desse contexto, a presente disciplina foi estruturada de forma a tornar disponível informações de pesquisas, técnicas de produção e legislação aos estudantes, profissionais da área de saúde e ao público interessado nos princípios e práticas da fitoterapia baseada em evidências científicas. O curso também pode ser de grande contribuição para pesquisadores e professores ligados a esta temática. A disponibilização das informações de forma multidisciplinar, organizada em linguagem dialógica e integrativa entre os temas, visa contribuir para a prática fitoterápica ampliada a uma visão que inclua aspectos ambientais, culturais, tecnológicos, regulatórios, econômicos e clínicos.

 

OBJETIVO

Ao final da disciplina, você estará apto à:

  • Conhecer como tem sido o emprego do uso das plantas medicinais no Brasil ao longo de sua história;
  • Compreender as bases científicas da botânica, química e farmacologia que explicam as propriedades medicinais das plantas;
  • Identificar processos extrativos e produtivos de fitoterápico, bem como as formas farmacêuticas adequadas para a prática fitoterápica;
  • Inteirar-se dos procedimentos de controle de qualidade físico-química e de requisitos para a garantia da segurança e eficácia de fitoterápicos;
  • Conhecer fitoterápicos com base em evidências científicas empregados na clínica;
  • Identificar fontes de informações científicas e tradicionais que permitam atualização contínua e promovam práticas seguras da fitoterapia;
  • Saber utilizar criticamente a produção científica dessa área e propor estudos que atestam a segurança, eficácia/efetividade de um fitoterápico;
  • Estar informado sobre as políticas de regulamentação no setor, dando suporte para a compreensão dos protocolos adotados pela indústria e em serviços de saúde que oferecem a fitoterapia;
  • Propor arranjos produtivos locais que promovam a produção e o uso racional de fitoterápicos.

 

PROGRAMAÇÃO DO CONTEÚDO

O conteúdo da disciplina está organizado em seis unidades, de acordo com essa descrição:

UNIDADE 01 – Contextualização da Fitoterapia (08/06 a 14/06)

Nesta unidade será abordado o uso de plantas medicinais e de fitoterápicos no cenário internacional e nacional dentro de um contexto histórico, ambiental, cultural, científico e político. Esta Unidade introduz a relação entre a fitoterapia popular e a ciência, mostrando como a incorporação do método científico ao conhecimento das plantas influenciou no crescimento da fitoterapia e demandou a implementação de políticas públicas.

UNIDADE 02 – Fitoterapia no Brasil (15/06 a 21/06)

Esta unidade vamos refletir sobre as estratégias de implantação da prática fitoterápica no sistema de saúde brasileiro, indicando os marcos regulatórios e as Políticas de incentivo para consolidação de uma cadeia produtiva de fitoterápicos no país. A unidade também introduz as fontes de informação sobre plantas medicinais e fitoterápicos reconhecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de interesse para todo o profissional que atua neste campo.

UNIDADE 03 – Bases científicas de fitoterápicos (22/06  a 28/07)

Nesta unidade, vamos conhecer as diferentes ciências envolvidas no conhecimento das propriedades terapêuticas das plantas medicinais. Explora a contribuição botânica para a identificação e nomenclatura das plantas medicinais e o conhecimento farmacognóstico das drogas vegetais, abrangendo as principais classes de produtos naturais. Por fim, são discutidos tópicos de farmacologia e toxicologia, de forma a explicar o uso terapêutico das plantas medicinais e fitoterápicos.

UNIDADE 04 – Produção de fitoterápicos (29/06 a 05/07)

Nesta unidade, vamos abordar a produção da droga vegetal, abrangendo cultivo, métodos de produção dos extratos vegetais, técnicas de padronização química e a formulação de medicamentos fitoterápicos. São discutidas as formas farmacêuticas preconizadas pela Farmacopeia e usadas em Programas de Farmácias Vivas, Farmácias de manipulação e na Indústria Farmacêutica.

UNIDADE 05 – Qualidade, segurança e eficácia/efetividade de fitoterápico (06/07 a 12/07)

Nesta unidade, vamos introduzir os métodos farmacopeicos de controle físico-químico que buscam garantir a identidade e qualidade das drogas vegetais e fitoterápicos. Requisitos de segurança e eficácia para os fitoterápicos são abordados à luz da legislação brasileira. Discute sobre possíveis interações entre fitoterápico-fitoterápico, fitoterápico-medicamento convencional e de fitoterápico-alimento.

UNIDADE 06 – Fitoterapia Aplicada (13/07 a 19/07)

Nesta unidade é apresentada uma abordagem fitoterapêutica destinada a diferentes sistemas do organismo humano. Para esta Unidade foi realizada uma revisão de monografias nacionais e internacionais, publicações científicas, tendência de uso em programas públicos de fitoterapia e de produtos fitoterápicos registrados na Anvisa.

Bioprospecção

A atividade de bioprospecção é definida como a pesquisa sistemática para a busca de compostos químicos, genes, micro e macrorganismos e outros produtos naturais disponíveis para seu potencial uso nas indústrias farmacêutica, agrícola e biotecnológica, de forma a obter novos produtos e processos que apresentem elevado valor comercial.

SAIBA MAIS

Plataforma-Mapa


A atividade de bioprospecção é definida como a pesquisa sistemática para a busca de compostos químicos, genes, micro e macrorganismos e outros produtos naturais disponíveis para seu potencial uso nas indústrias farmacêutica, agrícola e biotecnológica, de forma a obter novos produtos.

Espaço Ciência

Toda esta diversidade de plantas das florestas tropicais ainda é pouco conhecida pelos pesquisadores.
Dados recentes indicam que menos de 1% dessas espécies vegetais foram investigadas cientificamente no campo da medicina.

Neste universo, várias moléculas presentes nestas plantas são totalmente desconhecidas do ponto de vista da química e quanto ao seu potencial como fármaco ou outros produtos de interesse para a sociedade.

BioPESB

Programa de Bioprospecção e Uso Sustentável dos Recursos Naturais da Serra do Brigadeiro


O Programa envolve vários projetos do grupo de pesquisa também intitulado BioPESB, reconhecido pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil. O BioPESB reúne pesquisadores e extensionistas de diferentes áreas da ciência que atuam, de forma conjunta, no campo da bioprospecção e uso sustentável dos recursos naturais de áreas remanescentes da Mata Atlântica local.

Além da importância de se estudar a biodiversidade da Mata Atlântica, o fato de as pesquisas do BioPESB serem focadas na região da Serra do Brigadeiro, com delimitações geográfica e sócio-demográfica do espaço de atuação, se deve a criação de uma relação de compromisso e confiança entre os atores envolvidos, contribuindo para a gestão integrada das atividades.

Conheça o site do BioPESB